POESIAS DO AUTOR (ASAVESSO)

Nesse cantinho lindas poesias doado para o blog pelo grande poeta Pedro Atanazio Mendes conhecido como Asavesso ele mora na cidade de Junco do Seridó sempre amei todas as poesias dele e os lindos poemas são perfeito ...


Cantando livre


Como é bonito ouvir os passarinhos
Cantando em perfeita liberdade
Nas galhas das plantas seus ninhos
Muitos bem perto da cruel maldade
Pois quando o caçador sem coração
Surge com uma espingarda na mão
Atirando em um passarinho inocente
Podendo preservar nossa fauna e fora
Tudo que está fazendo de mal agora
Poderá doer mais tarde em sua mente

Caçador não faça essa cruel maldade
Deixe os passarinhos viverem em paz
Usem o senso praticando a bondade
Matar qual o beneficio que lhe traz
Tire uma fotografia invés de destruir
Preservando vamos juntos prevenir
Colabore dando a sua participação
Evitando o fogo a natureza agradece
Fazendo assim você também merece
O reconhecimento de uma boa ação

Às vezes ate me dá vontade de chorar
Mas sozinho não posso fazer nada
Pássaros em gaiolas não pode cantar
Inocentes com a liberdade privada
Mas o Homem acha que estar certo
Seu direito de liberdade é o correto
Pra isso Deus lhe deu toda natureza
Dispense a arma use a consciência
A natureza chora pedindo clemência
Dê exemplo não cause essa tristeza

Como é bom acordar bem cedinho
Com a passarada alegre cantando
Ver o sabiá chegar bem de mansinho
Nos galhos a fruta fresca beliscando
O beija-flor seu espetáculo exibindo
Emocionado pertinho fico assistindo
O quanto à natureza fascina e encanta
Essa mensagem é uma alerta também
Quem faz o mal não vai colher o bem
Cada um colhe a semente que planta

Na época da seca aumenta a caçada
Próximo à água uma tocaia pronta
Caçador escondido arma é disparada
A pobre juriti inocente não dá conta
Após um estampido cai à pobrezinha
Assim também é morta sabiá, rolinha.
Apareceu na bebida já está na mira
Ate um gavião que passa ali voando
Já tem uma arma ali lhe esperando
Se pousar no galho o caçador atira

Caçador diga a verdade você tá certo
Atirar neles prazer ou necessidade?
Pense bem do amor fique mais perto
Arrancando do peito essa maldade
Com certeza Deus vai ficar contente
Deixe os bichinhos voarem livremente
Já imaginou na beleza de um concriz
Do azulão inambu, o sabiá laranjeira.
Um pica-pau furando uma aroeira
Deixe o galo de campina cantar feliz
Autor: Asavesso



Zé da roça


Eu venho lá da roça
Meu carro é uma carroça
Meu arado um cultivador
Minha caneta uma enxada
Se tenho a mão calejada
É porque sou trabalhador

Seu moço eu fui criado
Cortando capim pra gado
Plantando milho e feijão
Me criei com leite e papa
Comendo beiju com garapa
Fubá de milho e pirão

Eu vim aprender rezar
Só depois de decorar
Um bocado de oração
Pai, nosso Ave-Maria
Nada disso eu sabia
Decorei do meu irmão

Mais aprendi agradecer
Ter fé e também dizer
Obrigado meu Senhor
Sou feliz de verdade
Nem me lembro da cidade
Morando no interior

Na roça onde eu nasci
Com meu velho pai aprendi
Plantar semente e colher
Cedo da manhã acordar
Ouvindo os passarinhos cantar
Alegrando o amanhecer

Aprendi tanger burro e cavalo
Rio de janeiro e São Paulo
Só de nome eu conheço
No curral tenho duas vaquinhas
Um terreiro cheio de galinhas
Que pra venda não tem preço

Em assombração não acredito
Também não sei falar bonito
De quase nada eu sei
Letra nenhuma eu conheço
Minha educação vem de berço
Porque nunca eu estudei

Respeito o povo da cidade
Mais minha felicidade
Sempre morou no sertão
Minha casa é uma palhoça
Já to acostumado com a roça
E as coisas de nossa região

Também aprendi respeitar
Falando esse meu linguaja
Não diminui o meu valor
Trove, promode e oxente
Essa é a linguagem da gente
Que mora no interior

Gosto de escrever poesia
É do meu dia, a dia
Quem vem a inspiração
Sou poeta caipira
Que preserva e admira
As belezas do sertão

Sou amigo dos passarinhos
Pois prender os bichinhos
É um gesto de maldade
Só quem não tem coração
Deixar um passarinho na prisão
É um ato de crueldade

Canários tico-tico e azulão
São pegos em alçapão
E depois são engaiolados
E com a liberdade presa
Sem direito a natureza
Vão vivendo aprisionados

A floresta é toda deles
Fazer isso com eles
É ofender a natureza
Use sua compreensão
Libertando eles da prisão
Deus agradece a gentileza

Ouvindo os passarinhos cantar
Na viola fico a dedilhar
Fazendo verso e canção
Sentindo o cheiro da mata
Ouvindo o som da cascata
Despejando no ribeirão


A mulher que me ama
De quase nada reclama
Também gosta do sertão
Minha casinha é singela
Mais mora lá dentro dela
Paz, amor e união

Não tenho nada de luxo
Mais se enche o bucho
Nossa comida é caseira
Cuscuz leite e qualhada
O doce é rapadura rapada
Quando eu compro na feira

Bolacha e pão não tem
Pois batata leite e xerém
Isso não pode faltar
Mesmo sem ter dinheiro
Me orgulho de ser um roceiro
O sertão é o meu lugar...

Autor: Asavesso


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